segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ABRINDO O CADERNO DE POESIAS

Nome: Maria.
Do quê?
De nada, sem Dores, sem Lourdes,sem da Glória, sem da Luz, sem das Graças.
Não sou Aparecida nem Teresa nem Antônia.
Só Maria.
Idade? Quinze, mas tenho vinte ou doze, dependendo da situação e das conveniências.
Signo? Peixes - por isso sou sonhadora, poeta, nado de braçada nos sentimentos e me esborracho nas coisas práticas.
Já viu que sou chegadinha numas místicas, de cabala, olhar sorte, mapa astral e numerologia.
Quero ser poeta, cantora, ganhar a vida com meu canto e o violão.
Se não der, vou cuidar de criançinhas ou de velhos desamparados.
Meus ídolos já mostram esta vocação para o sacerdócio, para o suicídio: Irmã Dulce, Madre TEresa de Calcutá, Lennon, Gandhi, São Francisco de Assis, Chico Mendes, Carlitos e, sobretudo, Dom Quixote.
Minha mãe me ensinou a gostar  dos Beatles; meu pai, de Caetano, Chico, Milton e Gil; minha geração, de roques barulhentos.
Por minha conta em riscos, descobri meus eternos poetas: Drummond, Bandeira, Quintana, Cecília e Pessoa.

Escrevi poemas ou besteiras?
Escrevi coisa séria ou apenas fiz catarse?
Sei lá... Vaelu o sonho, valeu o vôo...
Se alguém ler e sonhar e voar junto,
será a glória, a festa, o prêmio.
Então, vamos lá?...


Autor: Elias José

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