Mas a pergunta básica tem um cunho metafísico: qual o sentido da vida?
A alma reta se pergunta: de que meios posso me valer para crescer na fé? Como posso ter respostas para os anseios de minha alma?
O que pode alimentar a nossa espiritualidade? Mesmo com caridosas advertências de pessoas de autêntica piedade, muitos fiéis se aproximam de “águas contaminadas” pelas fantasias humanas, ou de “alimentos” espirituais que não contêm nenhuma substância para fortalecer ou aumentar a sua fé. Nesse caso está o enganoso apelo às novidades e inovações de certas celebrações religiosas, bem como a “visões” e manifestações “místicas”, particulares ou “comunitárias”.
O que realmente pode nos ajudar a aperfeiçoar e progredir em nossa fé?
Os recursos que a bondade divina nos apresenta são infindáveis. Começa pela Sagrada Eucaristia, verdadeiro “pão do céu”, seja para adultos e até para crianças, quando participada evidentemente nas devidas condições, senão é sinal de condenação. Esse é o maná que nos sacia. Fortalece a fé e a caridade. Põe-nos em união com Aquele que pode encher a nossa vida.
Outra ajuda estupenda é a dedicação ao apostolado em companhia de outras pessoas de boa orientação e bons costumes. Nosso Senhor Jesus Cristo, desde o começo de sua vida pública, juntou a seu redor um pequeno grupo, ao qual transmitia seus ensinamentos e sua graça salvadora. Hoje ainda é assim. Junto com os demais autênticos católicos poderemos superar grandes dificuldades.
Não esqueçamos a Sagrada Escritura, fonte perene de ensinamentos e manifestação das bondades divinas.
A Sagrada Escritura é a alma da
Teologia.
O Divino Espírito, sempre que a Ele nos recorremos, nos ilumina para superarmos os entraves da nossa vida. Sem excluir muitos outros modos de nos fortalecermos no bem, falemos ainda da prática da caridade. Ajudar aos outros não faz apenas um enorme bem ao semelhante, mas dá um retorno benfazejo ao próprio praticante.
Contudo, é bom lembrar que cada pessoa não nasceu, senão muito secundária e remotamente, para a vida própria. A finalidade principal da vida do homem, aqui na terra, é a promoção da glória de Deus. O resto é secundário. Quando o homem se esforça para isso como sua meta principal, ele tem um antegozo do céu.
O que é realização na vida:
1º) Antes de tudo, a realização de si próprio na aquisição de grande e esplendorosa virtude;
2º) Manifestar as qualidades naturais de que a Providência dotou cada um. Quer dizer, o realizar-se, nesse sentido mais imediato da palavra, é o atingir a sua própria perfeição. Se fez ou não o que quis, não vem ao caso. A importância é ter chegado à própria perfeição. Essa é a primeira noção de realização.
A segunda noção está ligada ao fazer a vontade de Deus. É deixar, para a glória de Deus entre os homens, um grande exemplo de: resolução, perseverança, força de alma, confiança e obediência aos desígnios da Providência Divina nas circunstâncias adversas da vida. Deixar um grande exemplo é muito maior do que fazer uma grande obra. Depois do culto a Deus, o melhor que uma pessoa pode fazer é edificar o próximo, pelo exemplo. O bem do próximo por palavras e por ações vêem abaixo do exemplo. As palavras movem, o exemplo arrasta…
O conceito mundano e pagão de realização na vida é fazer a própria vontade, fazer o que se quis fazer ou obter para si próprio. O conceito católico de realização na vida é completamente diferente. A capacidade de entender e de agir, o homem a aplica de um modo supremamente alto quando ele entende a Deus, que é o mais alto objeto da intelecção de cada qual.
O homem, assim, desenvolve a mais alta forma de sua ação, que é modelar-se a si próprio segundo Deus. O modelar-se a si próprio segundo Deus é a obra-prima da capacidade de ação de uma pessoa. Quem se tenha modelado segundo Deus e que no resto todo tenha fracassado na vida, esse teve êxito! Uma pessoa que teve êxito em tudo mas não se modelou segundo Deus, esta pessoa de fato fracassou!… Por que? Porque o homem só desenvolve as suas mais altas virtualidades quando entende a Deus e se modela segundo Deus. O grande fazer é o fazer de si mesmo uma imagem de Deus!
Por fim, devemos ter sempre presente que Maria Santíssima é a Medianeira de todas as graças: quem a Ela recorre nunca estará desamparado!
Fonte: Vocacionados Menores
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